cover
Tocando Agora:

Toneladas de lixo ameaçam manguezais no RJ; projeto une pescadores e ONG para frear destruição do ecossistema

Toneladas de lixo ameaçam manguezais no RJ; projeto une pescadores e ONG para frear destruição do ecossistema Os manguezais, conhecidos como berçários da v...

Toneladas de lixo ameaçam manguezais no RJ; projeto une pescadores e ONG para frear destruição do ecossistema
Toneladas de lixo ameaçam manguezais no RJ; projeto une pescadores e ONG para frear destruição do ecossistema (Foto: Reprodução)

Toneladas de lixo ameaçam manguezais no RJ; projeto une pescadores e ONG para frear destruição do ecossistema Os manguezais, conhecidos como berçários da vida marinha, estão desaparecendo em um ritmo até quatro vezes mais rápido do que outras florestas. O principal motivo é a enorme quantidade de lixo que chega a esses ecossistemas — desde sofás e pneus de trator até, principalmente, plásticos descartáveis como garrafas e sacolas. “Ultimamente está só diminuindo a quantidade de caranguejo, peixe e camarão devido ao assoreamento, ao lixo. Hoje a gente coloca um caminhão de rede dentro da água e volta com dois ou três peixes no barco”, conta o pescador Júlio de Oliveira Maia, que há mais de 20 anos vive da pesca e hoje integra o projeto. Na Baía de Guanabara e na Baía de Sepetiba, pescadores e catadores de caranguejo tentam reverter esse cenário por meio do projeto “Do Mangue ao Mar”, da ONG Guardiões do Mar, em parceria com a ONU. A iniciativa contrata trabalhadores locais para retirar resíduos e realizar o replantio de áreas degradadas. E os resultados começam a aparecer. A pescadora Eugênia Maria dos Santos, da cooperativa Manguezal Fluminense, lembra que há um ano foram plantados três hectares de mangue em São Gonçalo. “Isso já é um alívio, tanto para a gente como para o pescado e para o caranguejo”, afirma. Montanhas de lixo no berçário da vida marinha Durante as ações, os pescadores encontram de tudo: colchões, televisores, pneus. Em um dos trechos da Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, até um sofá foi abandonado na beira do mangue. Mas o que mais preocupa é o plástico, que se acumula nos galhos e raízes. Em julho, o Globocop registrou uma mancha de lixo flutuante, composta principalmente por garrafas PET. Lixo e toneladas de plástico são retirados dos manguezais por ONG e pescadores Reprodução “A Guardião do Mar faz isso desde 2001. Contrata catadores e pescadores de caranguejo, durante a época do defeso, quando não se pode coletar caranguejo nem comercializar, para limpar essas áreas de manguezal, por conta da importância desse ambiente. E já são 126 toneladas retiradas e 83% é de plástico, desses 83% pelo menos a metade disso é de plástico de uso único”, afirma Pedro Belga, biólogo e presidente da ONG Guardiões do Mar. Segundo o biólogo, o problema está ligado não só à falta de saneamento, mas também ao descarte incorreto de resíduos no dia a dia. “O lixo deixado na praia ou jogado pela janela do ônibus acaba trazido pelas correntes até o manguezal. Onde há resíduo sólido, não existe toca de caranguejo”, alerta Belga. Educação ambiental Belga reforça que a preservação do oceano depende da mudança de consciência coletiva: “Quando a sociedade aprender de verdade que a cada duas inspirações, uma vem do oceano, porque 50% do ar que nós respiramos vem das microalgas, talvez eles consigam olhar com mais respeito e proteger melhor esse oceano. Então, o trabalho de educação ambiental é primordial", garantiu Belga. Com a limpeza e o replantio, os moradores e a ONG acreditam que será possível recuperar não só a vida marinha, mas também o potencial turístico de uma das regiões mais importantes do país. Lixo e toneladas de plástico ameaçam manguezais Reprodução