Perito apontou 7 perfurações no corpo de jovem que morreu após procedimento estético
Mulheres relatam sequelas após procedimentos com médico preso por morte de jovem Em depoimento à Delegacia do Consumidor na segunda-feira (15), um perito afi...

Mulheres relatam sequelas após procedimentos com médico preso por morte de jovem Em depoimento à Delegacia do Consumidor na segunda-feira (15), um perito afirmou que a necropsia feita por ela constatou 7 perfurações no corpo de Marilha Menezes, de 28 anos — jovem que morreu após um procedimento de hidrolipo em um hospital-dia de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. José Emílio de Brito, médico responsável pelo procedimento, foi preso na noite de segunda-feira (15). Segundo o perito, foram 3 feridas no lado direito, 3 no lado esquerdo e 1 na região do cóccix, todas compatíveis com cirurgias de lipoaspiração ou hidrolipo. Pelo menos 2 feridas penetrantes atingiram a cavidade abdominal de Marilha, provocando a hemorragia interna apontada como causa de sua morte. O legista ainda afirmou que José Emílio deveria ter feito uma solicitação de remoção do corpo para a delegacia local, para necropsia no IML. No entanto, segundo ela, o médico afirmou na declaração de óbito que o motivo da morte de Marilha foi broncoaspiração e parada cardiorrespiratória. Médico que conduziu cirurgia durante a qual jovem morreu é preso Reprodução Médico preso José Emílio foi preso na Tijuca, na Zona Norte do Rio, e contra ele havia um mandado de prisão temporária. Semana passada, a polícia interditou a clínica Amacor, em Campo Grande, onde o médico alugava uma sala para realizar procedimentos estéticos. O local tinha medicamentos vencidos e não possuía condições adequadas. Foi lá que Marilha Menezes Antunes morreu no dia 8 de setembro. O laudo do IML apontou perfuração no rim e hemorragia interna. José Emílio de Brito responde a pelo menos 10 processos na Justiça. Circunstâncias semelhantes já haviam provocado a morte de outra paciente em 2008, em uma casa de saúde no Jardim América. Por esse caso, José Emílio foi condenado em 2018 a 2 anos e 4 meses por homicídio culposo. A pena foi substituída por prestação de serviços e multa. Quatro ex-pacientes do médico já foram intimadas a depor. Muitas relatam constrangimento para falar, já que buscaram melhorar a autoestima e acabaram com marcas e sequelas. Nesta segunda-feira, depoimentos sobre a morte de Marilha foram retomados na Delegacia do Consumidor. Integrantes do Samu que prestaram socorro, uma ex-paciente, além do pai e da irmã da jovem foram ouvidos. “Eu estou muito emocionada, hoje faz uma semana. Onde ela estiver, que ela saiba que a justiça vai ser feita. E ele não vai matar mais ninguém”, disse Léa Caroline Menezes, irmã da Marilha, após a prisão. Marilha Menezes Antunes era técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea Divulgação